![FNM Onça FNM Onça](http://quatrorodas.abril.com.br/imagem/607/gbrasileiros/607_onca_abre.jpg)
A tentativa de criar aqui um “Fenemê” com duas portas a menos resultaria no Onça, um dos projetos nacionais mais peculiares. Ainda sem nome, o protótipo de carroceria de aço não agradou na Feira Brasileira do Atlântico, no Rio de Janeiro (leia texto ao lado). Mas no Salão do Automóvel a FNM mostrou a versão esportiva do seu sedã, o futuro 2000 timb – e base mecânica do Onça. De volta à prancheta, Malzoni copiou o Ford Mustang, fenômeno de vendas americano.
A estreia o Onça foi no salão seguinte, em 1966. Na moda nacionalista da época, seu nome evocava a ferocidade do felino tipicamente brasileiro. Só a dianteira mantinha vínculo com os Alfa Romeo. Semelhante à do Giulia italiano, o desenho fazia jus ao apelido de “Mustang brasileiro”. A carroceria de fi bra de vidro era montada em um chassi de 2000 timb encurtado em 22 cm.
Com 115 cv, o motor tinha 20 cv a mais que o sedã básico. Em vez de na coluna de direção, o câmbio vinha no assoalho. Com 260 kg a menos que o timb, o Onça alcançava 175 km/h. A plataforma viajava da fábrica de Xerém (RJ) até Matão e de lá retornava com carroceria, para instalação da mecânica e do acabamento. Mas havia um porém: sem autorização da Alfa para estampar a marca no Onça, a FNM teve de enviar uma unidade para testes na Europa. As alterações exigidas pelos italianos encerraram precocemente a produção do cupê.
Das oito carrocerias produzidas, só cinco foram montadas. É o que conta o curador do Museu do Automóvel, em Brasília, e proprietário do Onça lá exposto, Roberto Nasser. Desses cinco, só se tem notícia de mais dois. O destas fotos pertence desde novo ao mesmo dono, que o ganhou como presente por entrar na faculdade. Acaba de ser restaurado pelo especialista Ricardo Oppi em São Paulo. Um terceiro segue em restauro no Rio Grande do Sul.
“O Onça é um JK que acelera mais rápido”, diz Nasser. “Além de mais leve, era mais aerodinâmico e foi o nacional mais veloz da época.” Estável nas curvas e com menos peso para os tambores de freio controlarem, a tradição dos Alfa foi, portanto, honrada para os padrões da época. “O Onça também era nosso carro mais caro.” Segundo Nasser, o cupê custava 65% a mais do que um luxuoso Ford Galaxie. No tempo do Onça, ele já era singular.
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O Onça era montado num chassi de FNM 2000 timb 22 cm menor, que era coberto por uma carroceria de fibra de vidro
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Volante ao estilo Alfa e painel revestido de jacarandá
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A configuração interna do esportivo era de 2+2 lugares
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